Por Genário Dunas
Inspirada no universo das empregadas domesticas, a comédia AS DOMÉSTICAS, revelam os bastidores do cotidiano de quatro mulheres, ligadas ao trabalho e a suas patroas: Dalvinha, a mais jovem, apresenta-se como a dondoca, a mais rebelde das empregadas e seguidora das novas tendências do mundo contemporâneo. A sua principal reclamação contra a sua patroa, a Dona Cristofálica, está na sua remuneração. Sua patroa lhe paga dobrado, ou seja, de dois em dois meses; A Fatinha, tem um espírito de liderança. Está sempre aprontando para cima das amigas. É metida a intelectual, mas vive decorando tudo errado. Com um português mal conjugado na ponta da língua, ela, vive assassinando as concordâncias e parafraseando citações populares completamente às avessas. Sua maior reclamação está no regime que sua patroa, Bárbara Heliodora, lhe impõe, numa política de ajuda coletiva; A Maguinha, é a metida a socialista do grupo. Decorou todas as citações do Karl Marx, por compartilhar diariamente com sua patroa, Sonia Gafrom, socióloga e admiradora do Marx. Em função disso, a Maguinha, incorporou em seu discurso, de qualquer conteúdo, as citações do Marx. A sua maior revolta contra sua patroa, está no fato da exploração dos serviços do lar, inclusive cuidar dos três filhos da megera. Por fim a Doidinha, a mais deslocada do mundo real, é a atração das amigas, Vive de longas aventuras, sendo mais desbocada, avessa a qualquer tipo de opressão, mas é completamente despolitizada. Também vive em pé de guerra com sua patroa, a japonesa radicada no Brasil, dona Karadecú Tunashi, que nutre uma vaidade excessiva por tratamentos de beleza, bem como cirurgias plásticas.
As Domésticas, além dos conflitos que a cercam, como reivindicações salariais, conflitos entre namorados e familiares, elas revelam um lado forte entre os laços criados através da amizade. Todas trabalham num mesmo prédio, todas moram na periferia da cidade e todas são felizes como são. Todas as domésticas tentam, ao longo da trama, revelar os bastidores das patroas, denunciando-as através de suas atitudes, mas ao mesmo tempo revelando suas virtudes. Na cena final do espetáculo, as patroas invadem o palco, para dar seus recados, onde reforçam a importância de suas empregadas em suas vidas e no cotidiano.
DO ENCONTRO DOS ATORES
O espetáculo As domésticas, teve o privilégio de atrair para o elenco cinco atores com excelentes bagagem de teatro: Rafael Nunes, Francisco Ribeiro, Tom Rodrigues, Junior Storck e Paulo Alfaia. A idéia foi abraçada pelos atores que em primeiro plano, se divertiram demasiadamente no processo. Acredito que o sucesso de um trabalho, começa com o elenco. Foi prazeroso poder contar com a soma advinda da criatividade dos atores. O espetáculo, sobretudo acabou sendo a soma de todos em prol da arte de representar.
DA CONCEPÇÃO DA DRAMATURGIA
O texto As Domésticas é baseado, sobretudo, nas experiências e vivencias, colhidas a partir de pessoas envolvidas direta e indiretamente no processo da construção da dramaturgia. Apropriando-se do olhar, do observar e do ouvir, das diversas domésticas reais, que se chegou ao texto. Elas são felizes, são batalhadoras, extrovertidas, brilhantes e lúcidas. Nesse processo foi percebido o quanto é significativo a referencia que trazem de suas patroas. Nessa inter-relação, “quase família”, elas, as domésticas, se expõe num jogo, ainda que sem regras claras, para revelarem seus universos. A transparência é o ponto de equilíbrio para se entender no cotidiano, o que são, como são e o que fazem.
FICHA TECNICA
ELENCO:
Junior Storck – Dalvinha
Rafael Nunes – Maguinha
Francisco Ribeiro - Fatinha
Tom Rodrigues – Doidinha
Ator Convidado – Paulo alfaia - interpretando Dona Dadá.
Texto e Concepção de Luz – Genário Dunas
Figurinos e Maguiagem – Cia. Teatro do Riso
Execução de luz – Antonio Carlos
Sonoplastia – Abraão Barros
Fotografias: Andre Fernandes
Produção: Santos Publicidade e DDD Produções e eventos
Direção Geral – Genário Dunas
Serviço:
Espetáculo: As Domésticas
Grupo: Cia. Teatro do Riso
Dias: 09, 10 e 11 de junho
Local: Teatro das Bacabeiras
Hora: 21 h
Ingresso: R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 estudante
OBS: espetáculo desaconselhável para menores de 14 anos.
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